domingo, 25 de outubro de 2020

A Dor de Não Te Ter Mais ao Meu Lado

Eu não consigo ser sua amiga, apesar de você não querer dizer que somos isso, dizer que não vai dizer isso porque soa ''estranho''.

Eu não consigo te ver e não sentir o meu coração pular de felicidade, não sentir borboletas no estomago e não me sentir como no nosso primeiro encontro, mesmo depois de tanto tempo. Eu não tenho capacidade para te chamar de amigo, quando já te chamei de amor ou te dar um beijo na bochecha quando já conheço o caminho dos teus lábios, eu não sei andar na rua do seu lado sem pegar na sua mão e várias outras coisas que já não são as mesmas, e sinceramente, não quero aprender a fazer essas coisas. 

Porque eu te amo com cada célula de mim, do meu jeito meio bruto e torto de ser, eu te amo e não quero aprender a fazer essas coisas que não são ''a gente junto''. Tudo bem, eu entendo que você não quer mais, eu não estava te fazendo feliz, mas dói, dói todos os dias como se todos os dias fossem aquela quarta-feira em que terminamos, em um loop eterno dia após dia. Dói conversar com você, não ter um ''eu te amo'' ou um ''eu estou com saudade'' seu, porque as coisas não são mais as mesmas.

Dói também, pensar que por mim ainda poderíamos ter tentado mais um pouco, mas você afirma com tanta veracidade que nosso futuro estava fadado ao fracasso e que nada da nossa relação mudaria, e ao mesmo tempo diz ''só quem sabe do futuro é Deus, não eu''. Sei que dizem que não devemos mudar por ninguém além de nós mesmos, por muito tempo eu pensei assim, mas hoje eu vejo que por você eu estava disposta a tentar mudar meus hábitos, cheguei até a mudar alguns, mas era só se você também tivesse essa pré-disposição. 

Saber que sofro todo dia por alguém que aparenta estar tão bem sem mim, machuca ainda mais, sei que não posso me guiar por aparências em relação a você, mas é o que eu sinto. Você me disse que sua intensão nunca foi me magoar ou magoar a minha mãe (que também saiu  magoada nessa história) mas você me destruiu mesmo sem querer, hoje eu sou o que sobrou depois de você. Sou o que sobrou depois de você tentando reaprender a viver sem você, me sentindo péssima todos os dias e não passando um dia sem chorar por isso.

Eu te associei e te apresentei a todas as coisas boas da minha vida, lugares, lojas, objetos, desenhar, cantar, escrever, me maquiar e até mesmo cuidar do meu cabelo, agora tenho que aprender a lidar e conviver com tudo que associei a você e me faz bem, mas sem você. O que sinceramente não tem sido NADA fácil.

Você me apresentou muitas coisas boas também e eu sou imensamente grata a isso, mas acho que nunca mais vou conseguir tomar uma casquinha do Mc Donalds e se tomar eu nunca vou pedi-la recheada e num copinho, porque isso para mim se tornou uma coisa nossa. Assim como eu sempre te ajudar a terminar a sua casquinha, isso independente de qual lugar ela seja, porque você não come e nem bebe coisas geladas rápido.

E eu nunca vou consultar o preço de alguma coisa nas maquininhas das lojas da rede ''De 1 a 99'' porque era uma coisa que eu fazia com você, prefiro perguntar para um atendente, mesmo que seja obvio só olhar na maquininha.

Eu nunca mais vou ver a praia com os mesmos olhos, porque toda vez que penso nela eu penso na minha promessa de te levar para ver o mar, de passarmos nosso fim de semana na praia.

Todo dia fico me segurando para não digitar um ''eu ainda te amo tanto'' ou um ''Ah, como sinto sua falta, tem sido tão difícil'' no meio das mensagens e me segurando para não te ligar quando estou chorando, porque você é o único que sabe como me acalmar ou simplesmente porque quero gritar na ligação que te amo, porque caramba, eu te amo! como nunca amei ninguém e como sei que nunca vou amar.

Talvez essa não seja a realidade, mas eu não me sinto 'digna de ser amada' porque assim como todos, você foi embora, você não aguentou. 

Não tenho rancor por você, nem nenhum tipo de sentimento ruim e sinceramente me magoa quando você me diz ou insinua que em algum momento eu vou te xingar ou te mandar ''ir a um lugar desagradável'', quando tudo o que tenho feito é tentar te manter na minha vida. 

Todo dia quando eu acordo, eu olho no celular na esperança de ver um dos textinhos que você escrevia pra mim enquanto eu dormia, ver um ''eu te amo'' e ai me dar conta que tudo isso foi um pesadelo horrível e que não vão fazer 4 meses que não estamos mais juntos, mas eu acordo com um ''dorme bem'' do dia anterior ou as vezes eu até acordo e vejo que nem meu ''boa noite'' você não respondeu. Minha esperança de você me chamar de burguesa ou de meu toquinho, como sempre fazia, se esvai junto as minhas lágrimas, todo dia.

As vezes eu acordo de madrugada, quando eu sei que você ainda tá acordado e tenho vontade de ligar, que é o que me disse pra fazer ''qualquer coisa me liga'' mas não ligo, porque vou ouvir a sua voz e vou me derreter. 

E vamos falar da sua voz, ah que voz, eu poderia passar o dia inteiro ouvindo você falar ou cantar, poderia perder horas do meu dia apenas observando esse seu rosto lindo e vendo você fazer movimentos espontâneos, olhando esses seus olhos lindos, contemplando esse sorriso que me tira o ar. Mesmo depois de 655 dias desde que pude ver seus traços com clareza, ainda são os meus favoritos. 

Eu poderia escrever mais, passar dias escrevendo, talvez até escrever um livro, mas por hora acho que é isso.

Dói muito saber que tudo mudou e que não vai voltar a ser como era.


quarta-feira, 21 de outubro de 2020

O que tenho sentido

Bem, não tenho me sentido bem ultimamente, parece que minha vida virou de ponta cabeça.

Eu perdi meu emprego com menos de 1 ano de experiência, o que sinceramente me fez sentir uma inútil.

Eu perdi meu meio de fazer terapia, que era uma coisa que estava me ajudando a me sentir melhor comigo mesma e me ajudando com a questão da minha depressão.

Eu perdi o meu namorado, que era uma das razões de eu não ter desistido de viver ainda. Parece que alguém arrancou o meu coração do peito e eu sinceramente, depois de 3 meses, ainda estou tentando aprender a viver.

A minha existência tem se resumido a dores no peito e choros constantes todos os dias.

Tenho tentado encontrar razões para não desistir, me apegar aos meus amigos, tentar me amar mais, fazer o que eu gosto, mas a real é que eu nem sei mais do que eu realmente gosto. Parece que a minha vida perdeu a cor, perdeu o sentido em algum momento o qual eu não sei identificar.

Eu queria conseguir me lembrar em que momento da minha vida eu e perdi, ou melhor, em que momento eu me encontrei de verdade.